Segundo empresa, estímulos eletrônicos evitam sonolência de condutores de ônibus e caminhões sem, no entanto, gerar desconforto. Poltrona pode ser programada de acordo com motorista.
Uma parcela significativa de acidentes envolvendo ônibus e caminhões ocorre porque, fadigados, os motoristas cochilam ou perdem a atenção.
O problema é considerado um dos mais graves em relação aos motoristas profissionais que realizam viagens com carga ou passageiros, em especial de longa distância.
Principalmente no caso de condutores de caminhões, muitas vezes os profissionais ficam acordados mais de 16 horas por dia. Além disso, a monotonia de estradas vazias, a acomodação do corpo numa mesma posição e o resfriamento da musculatura fazem com que as reações para evitar uma colisão se tornem mais lentas.
A Marcopolo por meio do seu Innovation Center (MIC), e em parceria com o CEMSA – Centro Multidisciplinar de Sonolência e Acidentes e a Woodbridge desenvolveu uma poltrona antissono para seus ônibus que pode evitar com que os motoristas durmam.
Por meio de sensores é possível identificar sinais do corpo que podem revelar fadiga do condutor.
A tecnologia implantada, então, emite sinais de volta que possibilitam o motorista a voltar ao seu estado de alerta. Os estímulos podem ser por vibração, áudio, refrigeração e aquecimento. Tudo, promete a fabricante, sem causar desconforto para o condutor.
O estudo para desenvolvimento do equipamento também levou em consideração o ciclo biológico que muda no decorrer do dia, principalmente por causa da variação da luz, temperatura, marés, vento e horários mais críticos de propensão ao sono.
A Marcopolo e o CEMSA – Centro Multidisciplinar de Sonolência e Acidentes também informaram que a poltrona pode ser programada para prevenir a fadiga, usando dados individuais do motorista e da jornada que ele deve cumprir, por exemplo, se a viagem for durante o dia ou à noite.
“Ao contrário de muitos sistemas encontrados no mercado que atuam de forma reativa, onde segundo o CEMSA, dependendo do nível de fadiga, os alertas são tardios para evitar o sono, a Antisleep Seat atua para prevenir a fadiga, através de dados específicos do motorista e da jornada que vai se iniciar, diminuindo assim o risco de acidente. Os inúmeros testes realizados em simuladores com diferentes condições de fadiga e estímulos, comprovaram a eficácia do Sistema, considerando a mudança no estado de alerta dos motoristas, bem como a redução do tempo de reação (reflexos) para evitar o acidente.” – diz empresa, em nota.
Os testes finais devem ser concluídos entre o final de 2016 e início 2017, quando as poltronas estarão disponíveis para a venda.
O protótipo será apresentado pelo gerente de design e inovação da companhia, Petras Amaral, no Congresso SAE Brasil, que será realizado nos próximos dias 25, 26 e 27 de outubro, em São Paulo.
Ádamo Bazani – Portal Diário do Transporte