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Especial | Movidos pela fé.

2015-01-28Redenção

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Especial | Movidos pela fé.

2015-01-28 Redenção

Um dos grandes líderes da Renovação Carismática no Vale do Paraíba conta ao Redenção sua trajetória que conquistou e resgatou a paixão dos fiéis.

padreHá 4 anos sob o comando da Paróquia São Sebastião, localizada no bairro Parque Ipanema em Taubaté, o Pe Rodrigo Natal conquistou o carisma de milhares de fiéis em um movimento que se tornou um verdadeiro fenômeno religioso na região. Foram inúmeras ações que, ao longo de sua trajetória, projetaram a religião Católica de uma forma mais acolhedora e transparente, além de mais próxima do dia-a-dia das pessoas – movimento que tem por base a Renovação Carismática, uma frente mais modernista e atualizada do Catolicismo. Mas o que o levou a este reconhecimento e tão grande aceitação dos fiéis? A sua fé e vontade de superar os desafios vindos a sua frente, aliada ao arrojo de um padre jovem e que se reinventa a cada dia, explica. Por um lado seu jeito humilde e acolhedor que o aproxima das pessoas. Por outro, seu empreendedorismo que está relacionado à capacidade de acompanhar as tendências e manter sempre em evidência seu contato com os fiéis, por exemplo, nas mídias sociais e através das canções, produzidas junto ao Grupo Canthares, que são um verdadeiro sucesso.

Estes foram alguns dos ingredientes que fizeram da figura do Padre Rodrigo Natal um líder nato, um representante ideal à frente carismática da Igreja Católica na região. Desta forma, ganhou prestígio e angariou milhares de fiéis, que o acompanham desde suas primeiras missas e hoje, completando 4 anos de existência, evidencia um belíssimo trabalho de evangelização resgatando a paixão de muitos que haviam se distanciado ou perdido a esperança e a fé. A Redenção tem o prazer de compartilhar com todos os leitores do OnBoard, um pouquinho desta história de amor e devoção.

– Pe Rodrigo, quando e como foi o início de sua carreira religiosa?

Apesar de eu ser natural de Cachoeira Paulista, fui criado e passei toda minha infância e juventude na cidade de Caçapava, onde também recebi minhas primeiras introduções religiosas e formativas. Fui ordenado padre em 2005 e estou há 17 anos na cidade de Taubaté, cidade que proporcionou toda minha formação. Os 10 anos de padre que completo em Maio foram vividos diretamente na cidade de Taubaté. No começo fui diretor na Rádio Cultura, uma rádio ligada a nossa Igreja, e fiquei a frente desta emissora por 5 anos. Apresentava diariamente nas tardes programas que me colocaram em contato com a sociedade taubateana e da região, era um programa onde juntos rezávamos e assim, estabeleci alguns laços. Paralelamente assumi a Igreja do Rosário, no centro da cidade, onde fiquei 4 anos. Estes foram os meus primeiros passos sacerdotais.

– Durante sua formação, o Sr. percorreu várias cidades do Vale até chegar em Taubaté. Como se desenvolveu esta trajetória?

Quando estamos nos preparando para a vida de padre, chamamos de “estágio pastoral” o momento onde estudamos durante semana, fazemos as faculdades de Filosofia e Teologia e, nos finais de semana, nós participamos nas Igrejas da nossa região. Eu tive oportunidade de trabalhar em Taubaté e Pinda. Depois que me tornei padre, por conta da Rádio, apresentei o programa durante 8 anos e devido o sucesso, não cabia mais em um estúdio – tornou-se então uma Missão e assim acabei indo para outras cidades, para mais de trinta Paróquias. Existia uma semana da oração chamada Semana da Misericórdia onde eram realizadas às 3 horas da tarde o terço da misericórdia e na sequência uma missa. Apesar do horário não convencional, para nossa surpresa as Igrejas ficavam lotadas. Foi um período muito bacana, foi um programa de rádio que se tornou uma Missão, onde eu ia para as paróquias mas ainda assim era transmitido pela rádio.

– Qual foi o maior desafio enfrentado em seu trabalho, enquanto Padre?

Todo início é um aprendizado. Você não tem aquela experiência necessária para desbravar certos caminhos. Graças a Deus nas coisas da fé, a gente acredita na força maior que é a presença do nosso Deus conosco e, trabalhando para Ele, não tem por que a gente duvidar que as coisas não vão dar certo. Mas tive bastante dificuldade, por exemplo, ao assumir logo no inicio de padre a liderança de uma empresa que é a nossa rádio, onde tem todo um papel e suas obrigações de empresa e estar a frente disso foi algo muito desafiador pra mim. Mas Deus não me conduziu para ser um administrador de empresa, o que aparentemente era meu trabalho se transformou numa outra Missão onde muito mais que administrar nossa radio, Deus queria que a gente levasse uma palavra, que fossemos encontrar com os corações que estavam perdidos e foi assim que Deus acabou levantando meu sacerdócio, minha vida, não para administrar mas para que conseguisse chegar em mais corações. Nós só descobrimos com o passar do tempo qual a missão da gente e ainda estou descobrindo muita coisa que Ele me confia e qual o ton Ele quer dar para minha caminhada.

– A um bom tempo a Igreja Católica não passava por transformações tão significativas e recentemente a Renovação Carismática trouxe uma nova cara para a instituição. Como o Sr. considera estas mudanças?

Na verdade eu não chamo de mudanças. Usando um exemplo figurativo, a Igreja é como se fosse uma mãe, que vai se adaptando para cada filho e isto não significa que ela ame mais a um do que a outro; ela tem um coração na maneira de tratar que acolhe a quantidade de filhos que ela tiver. A Igreja é muito aberta, ela tem várias formas de movimentos, várias características. Cada filho tem uma necessidade; nós como pessoas não somos uniformes. E precisamos tomar cuidado para não ficarmos parados no tempo. Existem pessoas que para elas é importante certas características que envolvem algo mais tradicional, por exemplo. Então acho que a Igreja não sofre com a mudança, mas ela vai abraçando, alargando seus braços, para acolher a todos, independente das características – e o movimento da Renovação é este braço um pouco mais aberto que acolhe aqueles que querem uma Igreja mais alegre, uma Igreja mais celebrativa, mais festiva. Mas para aqueles que gostam de uma Igreja mais tradicional ela também exerce e o bonito da Igreja Católica é exatamente isso, ela tem elementos que agrada a todos, basta você procurar e se encontrar. Cada um tem a sua maneira de fazer a experiência com Deus.

– É nítido, em seu trabalho, o seu engajamento com ferramentas atuais como a internet e mídias sociais (Facebook, Instagram, YouTube), de que forma isto o auxilia?

Desde João Paulo II, com o advento da Internet que a Igreja vem insistindo para nós nos envolvermos. A Igreja no inicio da grande transformação da comunicação social, ela se assustou bastante (com o surgimento do Rádio, da Televisão) nos princípios das décadas de 50 / 60, ficando um pouco alheia daquilo que estava acontecendo. Já n o surgimento da internet a Igreja foi bem mais receptiva. Os nosso dois últimos Papas mantiveram perfil no Tweetter – a exemplo o Papa Francisco e eles nos incentivam pois é um campo muito atraente para evangelizarmos. Outro detalhe é que se quiser atingir as novas gerações, estar nas redes sociais não é uma opção, é uma obrigação. Porque senão pode ser que as futuras gerações não tenham contato com o nome de Jesus, não conheçam a Cristo, exatamente pela transformação que estamos vivendo em nosso tempo e, se não nos inserirmos nessa transformação, corremos o risco de não atingirmos o coração desse novo perfil humano que surge então. A Igreja tem uma proposta para o nosso tempo. Já sofremos tantas transformações ao longo de dois milênios, obviamente saberemos lidar, apesar de muito aceleradas, com as atuais.

– Você hoje tem o apoio musical, que o ajuda na evangelização. Como foi a sua descoberta com esta área?

Um dos presentes que mais ficou marcado em minha infância foi exatamente um disco (LP). Então fui criado desde pequeno recebendo músicas. A minha religiosidade Católica foi por tradição, mas chegou um momento que se tornou uma opção minha quando da escolha pela vida sacerdotal e esta foi a minha experiência com Deus e que também está toda ligada com a música. Eu me converti em um lugar que o próprio nome faz referência à música, que se chama Canção Nova. Então a musica está toda ligada a minha caminhada, a minha infância, a minha religiosidade e não poderia ser diferente no meu trabalho. Deus também me capacitou com essa ferramenta, com esse dom de poder ministrar através da música e de ter as canções para auxiliar na pregação, isto acaba atraindo quem gosta de música, aqueles que também sabem fazer musica – e até melhor do que a gente – e isto acaba somando para que o reino de Deus possa crescer. E eu fui abençoado de ter ministérios que estão juntos comigo, e hoje tenho a alegria de ter o Canthares a frente trabalhando comigo, nas minhas missões, viajando comigo e me auxiliando na evangelização da nossa cidade e da nossa região e é o que dá realmente este tom. A música nos aproxima muito de Deus – já dizia Santo Agostinho “Quem canta reza duas vezes”. Isso intensifica nossa relação com Deus e somos abençoados de ter cada vez mais esses músicos e cantores para nos ajudar a rezar mais e estar perto de Deus.

– Em sua carreira você produziu algumas obras, tanto em escrita, quanto na música. Quais foram?

Hoje estou com 5 obras, sendo 3 livros e 2 CDs. O primeiro, que se chama “Nas fontes da Misericórdia”, foi lançado recentemente pela Editora Loyola (que é uma editora dos Jesuítas aqui no Brasil) e possui uma distribuição a nível nacional; os outros 2 serão lançados nacionalmente no início de 2015 também pela Loyola – um chamado “com Deus me deito, com Deus me levanto” e o outro “Confiando serei livre”. Na verdade é como se fosse uma trilogia de oração, pois são três livros que tem uma sequência, e são livros práticos para rezar (devocional), não possuem um enredo específico de reflexão ou aprofundamento. E atualmente estou bem focado na música. Em meados de 2012 lancei meu primeiro CD que se chama “O melhor virá” que é um CD que nos alimenta de fé e de esperança, diante das atribulações da vida, onde muitas vezes desacreditamos de que o que é nosso está reservado; este CD nos reforça dizendo que Deus não esta alheio àquilo que estamos passando e quando depositamos nele as nossas dificuldades, o melhor virá para a gente. No começo de 2014 lancei outro que é voltado totalmente a devoção, foi o que fez me destacar no rádio e hoje na televisão também, que é a devoção na Divina Misericórdia – eu particularmente tive oportunidade de desenvolver esta devoção depois de padre, e que é muito presente em nossa sociedade. Foi através de uma Santa, apresentada ao mundo pelo Papa João Paulo II, chamada Santa Faustina Covalsca. Na devoção aparece Jesus, e uma frase ao Seus pés dizendo “Jesus eu confio em Vós”. Esta Santa teve visões de Jesus e Ele a ensinou um terço para rezarmos diante das grandes dificuldades da vida. Então este CD canta esta experiência e também tem o Terço da Misericórdia.

– Existe todo um aparato por trás, que demanda um gerenciamento e administração. O Sr. conta com a ajuda da diocese, de voluntários, da própria comunidade e de outros?

Devido ao tamanho do movimento que isto gera – em público – temos tido celebrações semanais com aproximadamente 3000 pessoas, às quintas feiras, que é a principal celebração da Paróquia São Sebastião no Parque Ipanema. E para gerenciar isto nós precisamos de muitos colaboradores nas suas mais diversas estâncias de trabalho, desde pessoas para acolher todo o povo que chega ao cuidado com o físico (o espaço de acolhimento mesmo). Vivemos uma transformação no galpão onde agora é realizada as missas e que foi adaptado para ser uma Igreja. E para providenciar tudo isso é preciso mesmo contar com a ajuda da comunidade. Temos varias equipes, de administração que ajuda gerenciar todas as providências, e nós não temos fundos de onde prover recursos, partem dos próprios fiéis mesmo a sobrevivência dos trabalhos da Igreja. Um pouquinho de cada um que colocamos nas mãos de Deus e é só participar para ver os trabalhos e a grandiosidade daquilo que Deus está fazendo.

– Eventualmente ocorrem os eventos religiosos que fazem um grande sucesso – conte um pouco sobre eles. Qual foi o recorde de público?

Temos celebrações por todo ano, mas anualmente dois grandes eventos – que são os Cercos de Jericó. É um evento com embasamento bíblico, que ocorre por 7 dias e é inspirado no livro de Josué, cap. 6. Resumidamente conta sobre a Terra Prometida, possuída por outro povo que tinha feito grandiosas muralhas. Josué teve uma inspiração através da visita de um anjo que dizia para ele rezar durante 7 dias em torno destas muralhas e, no último dia, ao soar das trombetas aquelas muralhas iriam ruir e desta forma poder tomar posse da terra prometida. E foi o que Josué fez ao longo dos 7 dias, conduzindo o povo nesta liturgia de combate e no sétimo dia ele viu o grande sinal de Deus, ao ruir das muralhas. Esta é a espiritualidade dos nossos dias de oração – Deus também tem uma terra prometida para nós e não podemos perder o foco. Isto tem nos inspirado para rezarmos durante sete dias no entorno de nossas muralhas – e nós temos a graça de ver nossas vitorias sendo alcançadas, com inúmeras graças que temos recebido. São eventos com missa, com adoração do Santíssimo Sacramento, que tem reunido por dia em torno de 7 mil pessoas. E já estamos nos preparando para 10 mil pessoas nas próximas edições.

– Quais são os projetos para os próximos anos, frente a Paróquia São Sebastião?

Temos que cada vez mais nos prepararmos para acolher melhor a todas as pessoas. Estamos bem focados na ampliação do nosso espaço. A cada evento precisamos de parcerias publicas e privadas, para acolher com segurança e ter o mínimo de conforto para as pessoas. Para que tenhamos um espaço definitivo, para quando as pessoas sentirem a vontade de rezar, saber que lá tem um lugar que foi feito para elas, um lugar que Deus sonhou e pensou para a vida dela. Nós vamos continuar a realizar os eventos em parceria com aqueles que nos estendem as mãos, grandes colaboradores da nossa obra. Esperamos poder acolher por semana 5 mil pessoas e, com fé e foco, a gente chega lá.

Gostaria de agradecer a Equipe da Redenção pela oportunidade de expor minha história, e dizer que desejo muita paz, amor e serenidade a toda equipe, aos seus familiares, a diretoria, enfim, que Deus esteja sempre no coração de cada um de vocês.


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